quarta-feira, 4 de julho de 2007

EDITORIAL

ATÉ ONDE SE PODE IR?

Se começarmos pela definição daquilo que é a Conservação em Arte:
Preservar da perda, danos, abandono, estabilizando química e estruturalmente, sustentar a sobrevivência dos objectos o mais duradouramente possível naquilo que é mais próximo da sua forma original…. (in http://www.artlex.com/artconservation.html ),

vemo-nos compelidos a perguntar:
- A quem se destina a Arte Contemporânea?
- É, ou não, importante que ela sobreviva para lá do nosso tempo?
- Uma vez que percebemos o passado através dos fragmentos – de objectos e de informação - deixados pela história, quais são os riscos de uma má interpretação da arte dos nossos dias se apenas os seus fragmentos resistirem ao tempo?
- Que objectos ou acontecimentos irão definir o que é a arte do nosso tempo?
- Quem vai decidir o que deve ser preservado e como o vai preservar?
- Se um artista opta por materiais efémeros, deve-se ou não permitir que a obra se deteriore?

Através dum exame dos factores filosóficos, éticos, históricos, económicos e tecnológicos associados à preservação da arte contemporânea constatamos que, pelas suas características, os desafios são inúmeros mas podemos concluir que a questão da autenticidade e da conformidade com as intenções do artista é um dos factores e problemas mais relevantes na hora de determinar a acção de conservação a empreender. Na falta do artista, esta é uma questão muito controversa, pois identificar o que constitui a autenticidade de uma obra de arte pode ser um verdadeiro problema quando não existe informação exacta quanto aos materiais utilizados, nem informação suficiente relativamente ao conceito e intenção do artista nem tão pouco dados claros quanto ao contexto no qual e para o qual a obra foi criada.

Aquilo a que este espaço se propõe é, precisamente, analisar até onde se pode ir quando se verifica a necessidade, seja ela de que natureza for, de intervir numa obra de arte contemporânea afim de que esta se degrade o mínimo para se conservar o máximo.

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